Azeitech e Festa do Azeite Novo acontecem durante o período da colheita
(Maria da Fé – 6/2/2023) A colheita de azeitonas na Serra da Mantiqueira já começou. Em Maria da Fé, a safra 2023, que marca os 15 anos da primeira extração de azeite extravirgem no Brasil, será celebrada em dois eventos, que já fazem parte do calendário do município: o Azeitech, promovido pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) e a Festa do Azeite Novo, realizada pela Prefeitura da cidade.
O Azeitech, que acontece no mês de março, contará com dois momentos distintos. No dia 29, a programação será online, com transmissão pelo Canal Oficial da EPAMIG no YouTube. Já dia 31, serão realizados o 18º Dia de Campo de Olivicultura e a 8ª Mostra Tecnológica, em formato presencial, no Campo Experimental de Maria da Fé.
A Festa do Azeite Novo vai ocorrer entre os dias 7 e 9 de abril. A EPAMIG é coorganizadora do evento e participará da programação com as palestras: “Contribuições da EPAMIG para a olivicultura” e “15 anos da extração do 1º azeite de oliva extravirgem: conquistas e desafios”; e um estande institucional, para plantão técnico e atendimento ao público.
“A EPAMIG foi uma das idealizadoras da Festa do Azeite Novo. Participamos e apoiamos as três edições anteriores, e este ano junto com o Sebrae, somos correalizadores do evento”, afirma o engenheiro agrônomo Pedro Moura, integrante do Programa Estadual de Pesquisa em Olivicultura da EPAMIG.
A escolha das datas dos eventos é baseada no período de colheita e de extração, uma vez que as azeitonas devem ser processadas em um breve intervalo de tempo após colhidas. Enquanto o Azeitech prioriza o passo a passo da cadeia produtiva, da escolha de cultivares e áreas de cultivo, até a qualidade do produto final; a Festa do Azeite Novo destaca, principalmente, a gastronomia e o turismo.
Foco na qualidade
Desde a extração pioneira em 2008, a olivicultura se expandiu na Região da Serra da Mantiqueira, entre os estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro; no Sul do Brasil; e em outras regiões serranas no país. Os azeites nacionais têm conquistado medalhas em concursos pelo mundo e obtido destaque no mercado gastronômico pelo frescor e atributos sensoriais.
Por esta razão, aumentaram também as demandas para a área da pesquisa, especialmente, em fatores que envolvem a qualidade do produto final e atributos sensoriais. “Temos focado, principalmente, em estudos de colheita e pós-colheita, passando pela extração. Nosso grande objetivo é ofertar aos consumidores produtos de boa qualidade. Não temos condições ou intenção de competir em termos quantitativos, com regiões produtoras tradicionais”, explica o coordenador do Programa Estadual de Pesquisa em Olivicultura da EPAMIG, Luiz Fernando de Oliveira.
Safra 2023
A expectativa é que a safra de 2023 na Serra da Mantiqueira resulte em 60 mil litros de azeite. Esse número corresponde à metade da produção de 2022, quando foi atingido o recorde de 120 mil litros. “Nesses 15 anos, desde a primeira extração, temos observado que a oliveira apresenta esse comportamento de bienalidade que é a oscilação da produção de um ano para outro. E no ano passado tivemos uma safra alta”, explica Pedro Moura, que acrescenta: “Nós também tivemos uma coincidência entre as primeiras chuvas no final do inverno e a florada das oliveiras, o que pode ter comprometido parte da polinização. São muitas as variáveis que em conjunto contribuem para uma safra maior ou menor, daí a importância das nossas pesquisas”.
A qualidade dos azeites, entretanto, não será afetada pela queda na produtividade. “Vale destacar que mesmo sendo um ano de safra menor, as expectativas com relação a qualidade são as melhores possíveis. Os nossos azeites têm se destacado cada vez mais pelo frescor e pelas características de sabor e aroma que são proporcionados pelos cuidados que os produtores têm e, claro, pelo terroir da nossa região”, assegura o agrônomo.